quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Mumbai - Índia

A megacidade indiana tenta se livrar do atraso com reformas urbanísticas - mas, no meio do caminho, está a bilionária economia da favela de Dharavi. Em labirínticos corredores, tão estreitos e verticais que a luz do sol bate no chão apenas por minutos, moradias precárias escondem fabriquetas conectadas à economia mundial. Delas saem potes de barro, latões de alumínio, carteiras, sapatos, calças, bonés, roupas, tecidos ultracoloridos para exportação, celulares e toda sorte de eletroeletrônicos recauchutados. Um cemitério de quinquilharias que ressuscita em novos produtos. É como estar num lixão, no meio da sujeira e de odores que trazem à memória temidas doenças. O esgoto jorra na frente das casas e dos barracos. Pilhas de sacos plásticos e sucata descartada pela área mais nobre de Mumbai encontram abrigo e serventia nos quartos, salas e onde mais houver espaço. Em Dharavi, com seu estimado 1 milhão de moradores, esse ambiente inóspito significa trabalho, dignidade e, sobretudo, dinheiro. Suas 15 mil casas-fábrica geram 55,4 bilhões de rupias (R$ 2 bilhões) por ano.

Fonte: O Estadão.

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