sábado, 25 de dezembro de 2010

BIG - Bjarke Ingels Group , 8 House, Copenhague - Dinamarca [København - Danmark]

Edifício multiuso na Dinamarca tem cobertura verde em aclive, que permite aos usuários pedalarem do térreo até o 11° pavimento




Texto de Fabio de Paula
Fotografias: Revista Projeto
Publicada originalmente no ARCOWEB
Dezembro de 2010


Construído à beira do canal de Copenhague, na Dinamarca, o 8 House é um condomínio multiuso projetado pelo celebrado escritório de arquitetura dinamarquês BIG. Sua volumetria em aclive permite que moradores e transeuntes circulem desde o nível térreo até a cobertura, de bicicleta ou a pé, por imensas rampas ajardinadas e ruas internas que acompanham os terraços dos apartamentos.



O subúrbio de Ørestad, no extremo sul de de Copenhague, é a principal vitrine dos projetos residenciais do estúdio BIG. É naquela região plana, delineada por vegetação rasteira e canais navegáveis, que foram construídos os principais edifícios projetados pelo escritório liderado por Bjarke Ingels, arquiteto de 38 anos que recebeu o European Prize for Architecture em 2010, e é considerado um dos principais representantes da nova geração de arquitetos europeus.

Entre estas construções está o 8 House, maior empreendimento imobiliário da história da Dinamarca, cuja construção iniciada em 2006, foi concluída em setembro de 2010. O edifício caracteriza-se por uma sobreposição de usos e tipologias que estimula o convívio e não segue o padrão arquitetônico de um típico condomínio vertical.





"Em vez de um objeto arquitetônico comum, o 8 House é um bairro tridimensional, uma comunidade de casas geminadas que se estende ao longo de um imenso bloco retorcido, desde o nível da rua até o topo", explica Ingels.

Visto do topo, o edifício tem o formato de um oito - daí o nome do projeto. Graças a este desenho, que também se assemelha ao de uma gravata borboleta, criam-se dois pátios internos distintos: um deles, voltado a oeste, com caráter privativo, e outro voltado ao leste, conectado ao canal. No centro do perímetro estão as áreas de uso comum como a portaria e a lavanderia, e, no nível térreo, um corredor de nove metros de comprimento que interliga os dois jardins.

Ao redor dos pátios, distribuem-se os 61 mil metros quadrados de área construída do complexo. Para otimizar a circulação dentro desse bloco, os arquitetos separaram os usos horizontalmente, de modo que os escritórios ocupam a torre norte e as lojas distribuem-se pelo nível térreo, tanto para as calçadas externas quanto para o pátio oeste.

Os andares superiores são exclusivamente residenciais, com unidades habitacionais que variam de 65 a 144 metros quadrados e contam com layouts planejados para três diferentes fases da vida: jovens solteiros, casais com filhos ou idosos.

"A combinação de usos permite que atividades individuais aconteçam nos locais mais adequados para cada uma delas - o comércio voltado para a rua, os escritórios voltados para a suave luz do norte, e os apartamentos banhados pelo sol abundante das demais fachadas, de onde descortinam-se vistas espetaculares para o entorno", explica Ingels.

Mas o que melhor distingue o 8 House de outros condomínios multiuso são seus dois telhados verdes e inclinados com área total de 1,7 mil metros quadrados. Estrategicamente posicionados para reduzir o efeito de ilha de calor e definir a identidade visual do projeto, eles tem inclinação suficiente para que os moradores possam caminhar sobre eles.

Dessa forma, os arquitetos projetaram ao lado de toda sua extensão um caminho público que se conecta aos corredores que acompanham os terraços dos apartamentos. A solução oferece a possibilidade de andar de bicicleta ou a pé por todo o perímetro do condomínio, desde o nível da rua até o 11° e último andar, criando em cada andar um ambiente próprio de vizinhança, com calçadas, jardins e portões.

"Apostamos em uma arquitetura criativa e experimental, que procura surpreender e convidar os usuários para um estilo de vida baseado em um senso de comunidade. Instalamos os espaços de convívio no topo do edifício de modo que os jardins, as árvores e a circulação induzem os usuários a seguir até o telhado verde. No último pavimento, onze andares acima, esses espaços compartilhados culminam em um terraço ajardinado de onde se pode apreciar a vista da incrível natureza que caracteriza o entorno", conclui o arquiteto.
Fotos e Texto: REVISTA PROJETO.

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